Black Hawk participa de plano básico de Zona de Proteção de Aeródromo em aldeias indígenas
Militares do Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA), localizado no Rio de Janeiro (RJ), visitaram, no período de 27 de junho a 6 de julho, as aldeias indígenas de Bona e Pedra da Onça, no estado do Pará, localizadas a 700 km de Belém. O objetivo foi a elaboração do Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromo (PBZPA), que é um levantamento de superfícies de proteção pré-estabelecidas para proteger o entorno de um aeródromo. O PBZPA impõe limites à presença de edificações e objetos que venham a representar perigo ou risco às operações aéreas. Neste levantamento são levados em consideração a área de aproximação, a área de decolagem e a rampa de transição. “Nosso trabalho é fazer o levantamento dos elementos que serão usados para analisar a zona de proteção, a determinação da coordenada do local através de rastreamento de satélite, determinação dos pontos mais altos no entorno da pista, árvores, edificações e morros”, explicou o Sargento Renato Ignácio Figueiredo, responsável pela medição de aproximadamente 300 pontos em cada aldeia.
O levantamento é feito com uma estação total, equipamento que mede distâncias e ângulos e faz o processamento dos dados para visualização da altitude e coordenadas dos pontos – árvores, edificações e morros. Em seguida, é feito um cálculo mais elaborado com o cruzamento de informações com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (ponto de posicionamento preciso) para captar com exatidão as coordenadas apresentadas. As aldeias estão localizadas em região sem estrada, no meio da selva, cujo acesso só é possível por meio de aviões de pequeno porte ou helicópteros. Esses lugares recebem apoio logístico das Forças Armadas e, em especial, da Força Aérea Brasileira (FAB). Muitas missões são realizadas para atendimento tanto da população indígena quanto ribeirinha, principalmente, para assistência médica.
“Poder apoiar estas pessoas, que não têm estrutura, nos deixa muito satisfeitos com nossa função e orgulhosos de pertencer a Força Aérea”, destacou o Sargento Figueiredo. A missão contou com o suporte do Esquadrão Harpia (7º/8º GAV) e do Pelotão de Fronteira do Exército Brasileiro de Tiriós. A segunda fase, prevista para agosto, será em outras três aldeias indígenas no estado de Roraima: Paraná, Salvador e Área Única. De acordo com o Diretor-Geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), Tenente-Brigadeiro do Ar Jeferson Domingues de Freitas, após as análises técnicas, as cinco aldeias vão ter a possibilidade de possuir o PBZPA. “Toda ação está alinhada com a legislação em vigor e prevê integralmente o cumprimento da Portaria 957 publicada em 2015 pelo Comando da Aeronáutica que dispõe sobre as restrições aos objetos projetados no espaço aéreo que possam afetar adversamente a segurança ou a regularidade das operações aéreas”, ressaltou.
Fotos: Suboficial Ronaldo / ICA